Diz-me
Diz-me
Se o meu rosto,
De tantas madrugadas
Acumuladas
Denota algum
Gosto pela Vida.
Diz-me:
Se minha alma
Exibe a força anímica
Que lhe conheceste outrora.
Diz-me:
Se é notório ainda
O amor pelos cães
A quem chamei irmãos
Como S. Francisco.
Diz-me
Se é possível
Arder ainda o fogo do amor
Ou restam apenas cinzas
Exumadas pelo tempo
Vasto e inútil.
Diz-me:
Se morro aos poucos
De tédio
Ou se ainda me darás
A tua mão.
Digo-te
Talvez ainda acredite
Incoerentemente
Em tudo o que acabei de descrer.
Maria Vitória Afonso
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